Postagem atualizada em 02/07/2019 às 13h40
O dia 28 de junho relembra a Rebelião de Stonewall, um dia em que lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais se colocaram em movimento contra a opressão imposta por um Estado a serviço da manutenção e da ampliação da opressão.
Stonewall era mais do que um bar, era um lugar de refúgio nos EUA, onde, como em vários outros países, a homossexualidade era considera crime. Esse lugar que era um espaço para que lésbicas, gays, travestis e transexuais pudessem viver sua afetividade se transformou também num lugar de resistência e de luta.
Na noite de 28 de junho de 1969, a revolta contra a violência policial se colocou em movimento. As pessoas que frequentavam Stonewall enfrentaram a repressão do Estado em manifestações que se seguiram por vários dias em Nova York, reunindo multidões.
Esse dia foi muito representativo na luta contra homofobia, contra um Estado e um sistema que se aproveita da opressão para impor mais exploração contra o conjunto de nossa classe.
Desde então, vemos os frutos daquela luta. No Brasil, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu recentemente que a homofobia é crime. É uma conquista importante, mas ainda temos muito a avançar nessa luta!
Bolsonaro já disse que prefere ter um filho morto a ter um filho homossexual e que turistas podem vir ao Brasil para fazer sexo com mulheres, mas que o país não pode se transformar num local de turismo gay.
O capital se aproveita dessa opressão para manter e aprofundar a desigualdade e também se aproveita da luta para mercantilizar as datas que marcam essa resistência. Contra isso é preciso que a luta avance cada vez mais para uma luta da classe trabalhadora!
Mulheres, negros e LGBTs que pertencem à classe trabalhadora são as principais vítimas da violência do capital e seu Estado. São as mulheres, os negros e os LGBTs pobres e trabalhadores que mais sofrem com a violência estatal nas ruas, são esses segmentos sociais que recebem os menores salários e que mais sofrem com a ausência de políticas públicas que protejam suas saúdes e suas vidas.
A luta contra a homofobia deve ser uma luta da nossa classe. Lutar pelo fim do preconceito é uma luta daqueles que são explorados e oprimidos no dia a dia na sociedade do capital.
Lutar contra o que foi imposto por uma sociedade dividida em classes, que tenta impor como aberração o afeto de seres humanos do mesmo sexo, é lutar pela plenitude do ser.
É assim que vamos contribuir para uma outra e nova sociedade, onde o fruto do trabalho será socializado por quem produz, onde o afeto não seja crime e onde possamos não somente sobreviver, mas desfrutar a vida!
*Texto escrito pela coordenadora geral Camila Marques para o Boletim do SINASEFE nº 602.