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Até 78% da população vacinada: postura negacionista e genocida do governo inviabiliza imunização no Brasil

Postagem atualizada em 19/04/2021 às 10h37

Não fosse a postura negacionista e genocida do governo Bolsonaro, o país poderia imunizar, ainda em 2021, aproximadamente 78% da população. A demora na adesão ao Covax (consórcio internacional para a compra da vacina), a recusa de adquirir vacinas da Pfizer e a desautorização de compra da CoronaVac (em outubro 2020) foram fatores determinantes para inviabilizar a chegada de aproximadamente 316 milhões de doses de imunizantes ao país. Essas informações (já publicadas por diversos veículos de comunicação) e a projeção numérica foram divulgadas no último dia 20/01, pelo doutor em Ciências da Saúde pela Fiocruz, Christian Fausto Moraes dos Santos. “Se você está comemorando os 6 milhões de doses (que não foram suficientes nem para vacinar metade dos profissionais da saúde na linha de frente), lembre-se que poderíamos estar realmente saindo desta pandemia com os 316 milhões de doses que o presidente Bolsonaro se recusou a comprar!” destaca Christian.

78% da população vacinada
Em abril de 2020 o Brasil foi convidado a fazer parte da Covax, a Aliança Mundial de Vacinas, uma coalizão de 165 países para garantir vacina contra a Covid-19. Pelas normas da Covax, o Brasil poderia encomendar mais de 200 milhões de doses (o equivalente à 50% da população brasileira). Pela sua população o país automaticamente estaria entre os 5 primeiros países a receber as vacinas. Em 04 de maio o presidente Jair Bolsonaro se recusou a fazer parte da Covax.
Em 15 de agosto de 2020 a gigante estadunidense Pfizer procurou o governo brasileiro para oferecer a venda de 70 milhões de doses da vacina. No e-mail enviado pela Pfizer havia a garantia que estes 70 milhões estariam à disposição do Brasil ainda em dezembro de 2020. Segundo Carlos Murillo, CEO da Pfizer, a empresa nunca obteve uma resposta do governo brasileiro.
Em 20 de outubro de 2020 o Ministro da Saúde Eduardo Pazuello anunciou a compra de 46 milhões de doses da Coronavac. Em menos de 24 horas após o anúncio do Ministro da Saúde, o presidente da República, Jair Bolsonaro desautoriza Pazuello e suspende compra da vacina CoronaVac.
Se você está comemorando os 6 milhões de doses (que não foram suficientes nem para vacinar metade dos profissionais da saúde na linha de frente), lembre-se que poderíamos estar realmente saindo desta pandemia com os 316 milhões de doses que o presidente Bolsonaro se recusou a comprar!
Para ficar bem claro:
6 milhões de doses foram suficientes para vacinar 1,4% da população!
316 milhões de doses seriam suficientes para vacinar 78% da população!

Com estes 316 milhões de vacinas importadas, o Instituto Butantan e a Fiocruz teriam tempo de sobra para produzir as 12% de doses que faltariam para vacinar todos no Brasil (e ainda aquecer a economia com a exportação das doses excedentes). Ou seja, se você ainda não tem a mínima ideia de quando será vacinado, agradeça ao presidente Bolsonaro.” Destaca o pesquisador em sua postagem.

Vacina para todos e todas, já!

O SINASEFE, junto com outras dezenas de entidades representativas de trabalhadores, está em campanha pela imunização universal da população brasileira. No que se refere aos trabalhadores da educação e estudantes, o sindicato defende que a retomada das aulas presenciais aconteça apenas quando toda comunidade escolar estiver imunizada contra COVID-19.