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Combate à violência nas escolas: MEC escuta sugestões do SINASEFE

Postagem atualizada em 09/05/2023 às 18h47

O SINASEFE participou de uma reunião híbrida com o MEC, realizada nesta segunda-feira (08/05). A oitiva, dedicada ao sindicato, contou com a participação de integrantes do ministério que compõem o GT interministerial para políticas de prevenção e enfrentamento da violência nas escolas. O sindicato nacional destacou sua compreensão da violência enquanto expressão de um amplo projeto de deslegitimação do papel social da escola. Sugestões como a inclusão do Ministério de Mulheres e do movimento feminista nos debates do GT, e a garantia da gestão das escolas por trabalhadoras(es) da educação (nunca por empresários, administradores e/ou militares) foram apresentadas pelo SINASEFE.

Violência e misoginia

Convidado pelo MEC, o sindicato se posicionou, durante uma hora, pautando análises, posicionamentos e sugestões para combater a violência nas escolas. “Toda essa violência faz parte de um processo que vem acontecendo nos últimos anos de deslegitimação do espaço escolar e sua importância social. Movimento que se verifica em situações como o chamado ‘Escola sem Partido’, o ‘homeschooling’ e as escolas cívico-militares, todas articulações de grupos que repetem ostensivamente que a escola não é um espaço seguro para seus filhos(as)”, ressalta a secretária de políticas para mulheres do SINASEFE, Maíra Martins.

“A misoginia é um dos principais gatilhos de envolvimento de garotos que atacam as escolas, especialmente devido ao papel central que as mulheres exercem nesses espaços (professoras, coordenadoras, assistentes sociais, diretoras”, comenta Elenira Vilela, coordenadora geral do SINASEFE.

Diante deste contexto, um dos pedidos do SINASEFE, foi pela inclusão do Ministério de Mulheres e do movimento feminista nos debates, tendo em vista que a maioria dos ataques tem como autores homens, brancos e jovens, cujos alvos são as mulheres.

Também ressaltamos a necessidade de um trabalho no sentido de valorizar a escola pública como um espaço de importância social, de valorizar os profissionais de educação, fomentando sempre a gestão escolar por educadores(as), nunca por empresários ou militares”, destacou Maíra.

Escolas não são presídios

“Temos muita preocupação com a internet, e as redes sociais, enquanto espaços que viabilizam a disseminação de discursos de ódio, recrutamento de jovens, difusão de mensagens neonazistas e até mesmo treinamentos de como realizar ataques. Além disso, as condições de saúde mental e segurança também se colocam como preocupantes. Mas, não devemos cair na medicalização desenfreada nem pensar nisso apenas como problema de segurança. Entendemos que não se trata de algo individual, mas de problemas sociais. Nos posicionamos enquanto entidade contrária à possíveis medidas ostensivas como policiais dentro de escolas, armamento, detectores de metais etc” explica a coordenadora. “Nossa compreensão é que a mudança da relação com a escola, a democratização e o acolhimento também são vias possíveis de enfrentamento, juntamente com as polícias que devem atuar na investigação, monitoramento e desarticulação de grupos extremistas, não transformar as escolas em presídios” comenta Elenira.

O SINASEFE pautou o tema violência nas escolas em sua 180ª PLENA, indicando a criação de comitês locais junto aos movimentos sociais. A coordenação de combate às opressões do SINASEFE vai atuar para criar uma política de defesa das escolas que enfrente a misoginia, o racismo, a LGBTfobia, essas formas de violência, combatendo o recrutamento de jovens e defendendo a escola e (as)os profissionais da educação.

Participantes

Além de Elenira Vilela (coordenadora geral do SINASEFE) e Maíra Martins (secretária de políticas para mulheres do SINASEFE), participaram da oitiva: Yann Evanovick Leitão Furtado (Coordenador-geral de Políticas Educacionais para a Juventude da Secadi/MEC e coordenador do GT no MEC), Cleber Santos Vieira (Coordenador-Geral de Educação Étnico-racial e Educação Escolar Quilombola da Secadi/MEC), Daniel Cara (Coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, professor da USP e relator do GT no MEC) e Zuleide Fernandes de Queiroz (2ª vice-presidenta do Andes-SN).

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