Postagem atualizada em 11/07/2020 às 12h16
O SINASEFE participou, entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, na UERJ, do II Seminário Nacional Integrado do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, questões Étnico-Raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do Andes-SN. Representado pela coordenadora de Combate às Opressões, Sônia Adão, o sindicato levou sua saudação ao evento e compartilhou experiências recentes nessa temática.
Relato
Sônia elaborou um relato dos itens que pontuou durante a fala em que representou o SINASEFE, confira abaixo:
“Eu sou Sônia Regina Adão servidora aposentada do IFSC, sindicalizada da seção sindical IFSC. Assumi a pasta Combate às opressões em junho desse ano com o companheiro Felipe Oliveira Silva, ele é tradutor e intérprete de libras da Associação dos Servidores do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Assines).
A conjuntura política e social que atravessa nosso país é de tristeza e perdas constantes. O desmonte das políticas públicas para jovens, mulheres, LGBTs e sociedade civil está nos sufocado. O grito do oprimido não pode calar na garganta, nem podemos ceder ao opressor. Os movimentos sociais, como o Movimento Negro, Movimento de Mulheres, Movimento LGBT, está sendo retalhado por esta nova conjuntura política.
Estamos vivendo uma criminalização das lutas históricas por direitos, e isto se reflete diretamente nas políticas públicas, com a diminuição de recursos na área de educação, pelo sucateamento na saúde, com o afrouxamento nas fiscalizações nas florestas, com a violência escancarada contra as mulheres, com o racismo velado contra negros e a todo tipo de violência à comunidade LGBT, e piorou com a liberação para posse de armas.
Nenhum direito foi conquistado somente com assinaturas de dirigentes e canetada, toda conquista é fruto de movimentos populares, e o movimento negro tem uma grande parcela de lutas nessas conquistas. Não devemos permitir essa quantidade de mortes diárias de jovens negros, e mulheres.
Reforçando nossas lutas, o SINASEFE realizou em 2018 seu primeiro Encontro das Mulheres, que reuniu mais de 200 mulheres e aprovou um importante manifesto. Participei também de um Encontro de Mulheres Negras, em Goiânia, realizado de 06 a 09 de dezembro de 2018. O evento contou com a presença de Angela Davis, Conceição Evaristo, Benedita da Silva, Renata Soares ( deputada do PSOL) e Arielle Franco (irmã da Marielle).
Eu também pude participar do III Diversilibras um evento para a diversidade e pessoas com deficiência que reuniu surdos, cadeirantes, lésbicas e gays.
Além dessas rápidas considerações sobre a minha experiência e vivência dentro do movimento negro e sindical, acho importante citar também que o SINASEFE, por meio de sua pasta de Combate às Opressões, tem realizado nos últimos anos uma série de ações e produzido alguns materiais importantes sobre essa temática, como textos, cartilhas, vídeos, etc. Esse é um trabalho permanente dentro do Sindicato Nacional, um trabalho que não é a marca dessa ou daquela gestão, mas uma política da entidade como um todo.
Dessa forma, eu gostaria de encerrar esse relato ressaltando mais uma vez a importância de eventos como esse pra nossa luta e lembrando que o movimento sindical não é uma peça isolada dos outros movimentos. Pelo contrário, ele é parte integrante de uma única luta contra todas as opressões. Por isso é fundamental que, na medida do possível, cada entidade procure inserir esse debate e essas discussões no cotidiano de suas tarefas políticas ou até mesmo na sua estrutura de direção, como é o caso do SINASEFE. Os tempos atuais exigem muito mais de nós agora, como nos diz a canção (coração de estudante) de Milton Nascimento: ‘E há que se cuidar do broto pra que a vida nos dê flor e fruto’. A palavra do povo oprimido é: Resistência e Luta!”.
Imagens
Confira registros do evento em imagens:
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