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Livros inacessíveis: governo de SC restringe obras em escolas públicas

Postagem atualizada em 11/12/2023 às 18h59

O governador bolsonarista de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), determinou a retirada de circulação de nove obras literárias das bibliotecas das escolas estaduais. Dentre os livros censurados, estão histórias de terror, comportamento, gênero e sexualidade e, até mesmo, aspectos históricos relevantes.

A ação foi comunicada em novembro, por meio de um ofício assinado pelo supervisor de Educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela integradora Regional de Educação, Anelise dos Santos de Medeiros. Entre os títulos afetados estão clássicos da literatura como “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess, e “It: A Coisa”, de Stephen King.

Censura

Para Elenira Vilela, coordenadora geral do SINASEFE, o governo catarinense está promovendo censura. Ela argumenta que a orientação não é apenas retirar os livros do alcance dos estudantes, mas mantê-los escondidos, comparando a situação à ideia de queimá-los. “Bem próximo disso”, disse em entrevista à Folha de São Paulo.

A coordenadora destaca a importância de regular as redes sociais, que atualmente promovem discursos de ódio, em vez de censurar livros. “Isso eles não fazem, e chamam de censura [a regulação]. É sempre a lógica da liberdade de eu dizer o que penso e de incutir nas pessoas a ideologia que eu defendo e proibir os demais de ter acesso a qualquer outra ideia”, defende a coordenadora.

Trecho de ofício do governo de SC.

Denúncia

O suplente de vereador em Florianópolis Leonel Camasão (PSOL-SC) denunciou a medida ao Ministério Público do estado. O Psol afirmou em nota que a decisão “se trata de uma censura grave, e é mais um sintoma da agenda ideológica do governo Jorginho Mello, que se mostra antidemocrática e autoritária”.

*Com informações da Folha de São Paulo, DCM e Congresso em Foco.