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População da Bolívia sepulta Golpe de Estado nas urnas

Postagem atualizada em 20/10/2020 às 10h57

O povo boliviano foi às urnas no último domingo (18/10) e derrotou o Golpe de Estado aplicado em novembro do ano passado, rejeitando as candidaturas da direita tradicional e reelegendo o Movimento al Socialismo (MAS) para a Presidência do país.

Passada a maior parte da apuração (que é manual, feita voto a voto), tanto a presidenta golpista Jeanine Áñez, quando o principal candidato da direita boliviana, Carlos Mesa (Comunidade Cívica), reconheceram a vitória em primeiro turno do socialista Luis Alberto Arce, candidato do MAS e apoiado por Evo Morales.

Sistema eleitoral

O presidente da Bolívia é eleito usando um sistema de duas rodadas modificado: um candidato é declarado vencedor se receber mais de 50% dos votos, ou mais de 40% dos votos e estiver 10 pontos percentuais à frente de seu rival mais próximo.

Arce venceu em seis dos nove estados do país, conquistando cerca de 53% dos votos contra 30% do segundo colocado (Carlos Mesa) e cumprindo ambos os requisitos necessários para obter essa expressiva vitória.

TV Boliviana já noticiava vitória de Arce, em primeiro turno, desde as primeiras horas de segunda-feira (19/10)

Derrotar a direita nas urnas é possível

A vitória eleitoral de Arce é mais uma prova de que a esquerda política mundial está mais viva do que nunca e que derrotar os candidatos da direita ultraliberal é possível.

O Golpe de Estado na Bolívia, que buscou humilhar e descreditar o MAS e seus candidatos, não resistiu nem a um ano no poder. No ano passado, o MAS com Evo Morales venceu Mesa por 47% a 36%. Este ano, mesmo sem seu principal nome eleitoral, o MAS voltou a vencer e ampliou a diferença em 12 pontos (53% a 30%), mostrando que o recado do povo boliviano ao golpismo foi “não passarão”.

Na Argentina, o ultraliberalismo de Mauricio Macri (eleito em 2015) foi derrotado no ano passado, também nas urnas. Macri entregou a Alberto Fernández o resultado do seu fracasso: taxa de pobreza de 40%, recessão de 3,1% em 2019, inflação de 55%.

Esperanças de um futuro melhor

Nas eleições mais importantes do mundo, que acontecerão no mês que vem nos Estados Unidos, será a vez de Donald Trump ser rejeitado eleitoralmente. As projeções e principais pesquisas mostram que Joe Biden deve vencer o pleito e sepultar Trump como presidente de um único mandato.

E a derrota de Trump será fundamental para que Bolsonaro se desintegre eleitoralmente e siga o mesmo rumo. O Golpe de Estado que o Brasil sofreu em 2016 proporcionou a vitória eleitoral do fascismo em 2018, mas a população brasileira – mais dia, menos dia – percebe a fraude política da qual se trata Bolsonaro e, assim como nossas nações coirmãs Bolívia e Argentina, será possível derrotá-lo.

E na velocidade em que Bolsonaro comete crimes de responsabilidade, talvez isso seja possível até antes de 2022!