Postagem atualizada em 08/09/2022 às 16h00
Confira abaixo a declaração das organizações da sociedade civil cubanas contra o bloqueio econômico dos Estados Unidos, que já dura 60 anos e prejudica a vida de toda a população cubana.
A iniciativa de divulgação desse texto, com possibilidade de assinatura por todos os que concordem com ele, é da Confederação de Educadores Americanos (CEA) – entidade que o SINASEFE é filiado desde 1997.
Declaração das organizações da sociedade civil cubanas contrárias ao bloqueio
O bloqueio imposto pelo governo dos Estados Unidos da América contra Cuba durante seis longas décadas deixou marcas na vida de cada cubana e cada cubano.
Quando Cuba disse que o bloqueio é uma política cruel e genocida, não trata somente dos danos à economia, que obviamente representam um impacto real na mesa e nos projetos das famílias cubanas.
Está tratando também das crianças com a visão afetada para sempre, de doentes de câncer privados de medicações indispensáveis para o tratamento da enfermidade, da falta de suprimentos necessários para a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência. Cuba trata da exigência de muito mais tempo e recursos para a pesquisa científica de medicamentos ou vacinas, que depois coloca a serviço do país que deles necessite, porque nenhuma hostilidade vai erodir o caráter humanitário do projeto estatal de Cuba.
Cuba sofre desgaste, dor e perdas reais.
Cuba está tratando de dificuldades inimagináveis para os que desejam abrir um empreendimento e desenvolver um projeto econômico e social, especialmente os jovens que se desdobram em iniciativas sob uma sanção, somente porque sua sociedade tentou ser diferente e porque seu povo optou por um caminho de justiça que o governo dos Estados Unidos se empenha em castigar. Tudo isto precisa ser considerado quando são emitidos juízos sobre o modelo econômico cubano aos que colocam a responsabilidade das dificuldades unicamente na gestão do estado cubano e se invizibiliza a responsabilidade dos Estados Unidos na situação econômica que vive a ilha.
O bloqueio representa danos reais à qualidade da vida das pessoas. Sem nenhuma sensibilidade, fragiliza os direitos à saúde, à alimentação, à cultura, a desfrutar de um ambiente saudável, à educação de um povo digno, nobre e trabalhador. É uma política desumana que também viola os princípios que devem prevalecer nas relações entre os povos e os estados. Além disso, limita a possibilidade de intercâmbio em todas as esferas entre Cuba e os Estados Unidos da América, o que redundaria em benefícios às populações de ambos os países e dos povos da região da América Latina e do Caribe.
A pandemia foi cenário oportuno para que o governo dos Estados Unidos da América mostrasse sua boa vontade. Mas pelo contrário, recrudesceu as medidas contra Cuba para querer isolar o país ainda mais, com menos viagens, menos mercado e menos combustíveis. Diante disso, o povo cubano respondeu com mais resistência, mais solidariedade com outras nações afetadas pela pandemia e novas atitudes heroicas, apesar dos desconfortos crescentes provocados pelas dificuldades da vida cotidiana.
As famílias são as que tem carregado esse peso. Durante décadas laços foram rompidos, separações foram promovidas, a capacidade de responder de forma tranquila às necessidades de seus membros e a um projeto coletivo que aportem a sociedade que somos foram prejudicadas. A administração Biden anunciou medidas que deveriam impactar essa situação em alguma medida e esperamos que possam ser implementadas, para o bem de todas as cubanas e todos os cubanos.
Desde 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas se manifestou anualmente e por ampla maioria contra injusto bloqueio. Agradecemos esse apoio importante, assim como o de milhares de organizações da sociedade civil no mundo, inclusive as estadunidenses, que requisitam o fim dessa política ilegal e injusta, e exigimos que o governo dos Estados Unidos respeite a vontade da opinião pública internacional.
As organizações da sociedade civil cubanas, assinantes desta Declaração, reafirmam o direito a viver sem bloqueio, a construir um caminho com soberania e autodeterminação e exigem o fim dessa política desumana, imoral e ilegal que afeta o direito humano fundamental de toda a população da nação cubana: o direito pleno à vida.
Assine e participe da luta contra o bloqueio!
Clique aqui e subscreva essa Declaração.