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Convite às trabalhadoras da cultura e das artes cênicas

Postagem atualizada em 21/07/2020 às 14h38

O SINASEFE convida trabalhadoras da cultura e das artes cênicas para interpretação remunerada de relatos. O sindicato realizou, entre junho e julho de 2020, uma série de encontros virtuais de mulheres com os temas : assédio moral, dupla jornada e pandemia. Várias trabalhadoras (técnico-administrativas, professoras, estudantes) compartilharam diferentes narrativas sobre os profundos ataques que estamos enfrentando em meio à pandemia de COVID-19.
Pela gravidade e diversidade dos fatos relatados, a Direção Nacional do sindicato decidiu desenvolver o seguinte projeto: serão divulgados amplamente 12 vídeos curtos (entre 1 e 2 minutos) com as situações vividas e apontadas nos encontros, interpretados por atrizes.

Como participar
Pedimos às atrizes interessadas que enviem um texto afirmando ter vontade de participar do projeto, um relato falando do seu trabalho e um pequeno vídeo (para avaliação da qualidade de captação de imagem) para: sinasefemulheres@gmail.com
O envio de propostas de trabalho deve ocorrer até o dia 28/07/2020, o resultado das que irão participar será divulgado na mesma semana.
Os textos/roteiros não são fechados o que coloca para nós o desafio de estreitar o diálogo com as companheiras que se interessarem pela tarefa.

Solidariedade
Esse também é um material desenvolvido pensando na solidariedade de classe e nos vínculos necessários entre trabalhadoras e trabalhadores da educação e da cultura, além da militância como um todo na questão cultural.

Incentivo
O valor que o sindicato pagará é de R$600 reais para cada vídeo realizado, poderão ser selecionadas até 12 trabalhadoras. O depósito será feito em conta mediante a apresentação de nota simples de prestação de serviço.

Roteiros
Abaixo estão disponíveis resumos dos roteiros de cada vídeo:

  • Vídeo 1 – Servidora de colégio militar doente, tendo que trabalhar presencialmente, com três filhos pequenos sozinhos em casa, não tem com quem deixar os mesmos e teve a solicitação de trabalho remoto negada, o diretor disse que se liberasse pra ela teria que liberar pra outras também.
  • Vídeo 2 – Servidoras tem que levar material físico para estudantes que não tem internet, campus rural, muitos alunos são filhos de trabalhadores de fazendas e moram em locais distantes.
  • Vídeo 3 – Estudantes em extrema pobreza passando fome, mandaram e-mail pra professora pedindo ajuda.
  • Vídeo 4 – Por não ter filhos, ela recebe solicitações o tempo todo, incluindo noite, hora do almoço,  finais de semana, em muitos casos “convites” para participar de grupos de trabalho sem nenhuma relação com o trabalho da mesma.
  • Vídeo 5 – Situação das intérpretes de libras, professores solicitando pras mesmas interpretarem aulas sobre temas como mecânica automotiva e física quântica sem fazer a solicitação com a antecedência necessária, às vezes a solicitação chega menos de uma hora antes da atividade.
  • Vídeo 6 – Mulher com dois filhos pequenos (3 e 6 anos) com autismo, não dá conta de tudo.
  • Vídeo 7 – Enfermeiras e demais trabalhadoras da saúde sendo ignoradas enquanto a gestão planeja o retorno às atividades presenciais.
  • Vídeo 8 – Aluna usando celular da mãe, que trabalha fora o dia todo, para estudar, o celular não tem memória suficiente pra baixar um livro em PDF, a professora precisa mandar separado por capítulo.
  • Vídeo 9 – Aluna, trabalha na prefeitura e está sobrecarregada agora, não tem condições de assistir aulas.
  • Vídeo 10 – Filha pequena demandando atenção e “participando” das reuniões.
  • Vídeo 11 – Servidoras trabalhando de madrugada, único horário com silêncio suficiente para se concentrarem ou fazerem gravações.
  • Vídeo 12 – Gestora, chefe de departamento, só está conseguindo trabalhar a noite porque durante o dia ela precisa acompanhar a filha pré-adolescente nas atividades da escola, o marido ficou doente, foi internado com suspeita de COVID-19.

Coordenação de Políticas Para Mulheres do SINASEFE

SEGUNDA
As máquinas, mortas.
Nós, vivos.
Logo se inverte a coisa.
A fábrica tem fome,
passou um dia inteiro
de barriga vazia.
Então abre suas bocas de catraca
e nos seus dentes vamos passando
um a um.
Dá o sinal:
nos mastiga
e joga o bagaço fora
no fim da jornada.

Golondrina Ferreira – poeta, operária e militante