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Contra carga horária excessiva: professores do Campus Itapipoca do IFCE decidem paralisar aulas

Postagem atualizada em 08/02/2021 às 12h26

Professores do Campus Itapipoca do Instituto Federal do Ceará (IFCE) decidiram paralisar as atividades contra a imposição de carga horária excessiva para docentes e contra o excesso de disciplinas para estudantes. A decisão foi tomada em assembleia realizada no último dia 05/02, deve se iniciar na quinta-feira (11/02) e é por tempo indeterminado. Os docentes também deliberaram contra qualquer retorno presencial das aulas, antes de ampla vacinação para todos.

O problema da carga horária vem chamando atenção na comunidade acadêmica e o Sinsdifce pautou o tema repetidas vezes, apontando que professores do campus haviam entrado com reclamações a respeito. Na assembleia de sexta-feira (05/02), os professores releram a carta aberta à comunidade, falaram de uma reunião com gestores e ressaltaram que a paralisação das aulas era o último recurso. Um dos servidores destacou ainda que, além da questão da carga horária, eles enfrentam problemas com a falta de participação de professores nas decisões do campus.

Histórico
Mobilizados contra a carga horária excessiva, os trabalhadores já haviam aprovado uma suspensão de atividades (que aconteceria em 03/02), mas que foi adiada após pedido da reitoria do IFCE para realizar reunião sobre o tema. Após reunião com pró-reitores e o reitor Wally Menezes, na terça-feira (02/02), os professores decidiram aguardar até o dia 05/02 e realizaram nova assembleia para deliberar pela greve.

Professores e estudantes
Durante a assembleia, professores ressaltaram que a paralisação não é para prejudicar estudantes. “Quando defendemos que estudantes também estão com carga excessiva não é para prejudicar os estudantes que querem concluir o curso no tempo previsto durante o ingresso, mas sim garantir que eles tenham condições, tenham meios para permanecer e ter êxito na instituição”, diferenciou . “O êxito não pode ser restrito ao quantitativo de estudantes formados” ressaltou um docente.

Apoio
O movimento também recebeu uma carta de apoio, assinada por mais de 50 professores. “Nós compartilhamos das preocupações dos colegas de Itapipoca. A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foi criada com o propósito de desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão de qualidade, o que vem sendo feito desde sua criação, envolvendo professores, estudantes e a comunidade. A ação indissociável entre esses três eixos é indispensável à qualidade de qualquer instituição de educação profissional e tecnológica.” destacam os apoiadores.

O SINASEFE e o Sindsifce seguirão acompanhando o caso com atenção, na defesa dos trabalhadores e da educação pública.

*Com informações do Sindsifce