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Ruralista se retrata publicamente após indicar demissão ‘sem dó’ de eleitores de Lula

Postagem atualizada em 26/09/2022 às 10h25

“Demitam sem dó! ”, essa foi a conclamação da empresária ruralista Roseli Lins para seus colegas do agronegócio. Com isso, ela pregava a demissão de empregados que votassem no candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Questionada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia, ela assinou acordo para se retratar publicamente. Além disso, deverá custear uma campanha de esclarecimento sobre assédio eleitoral.

Segundo o MPT, Roseli Lins assinou na segunda-feira (19/09) um termo de ajuste de conduta (TAC) em que se compromete com essas ações, além de não praticar mais nenhum ato de assédio eleitoral. Em caso de descumprimento, está prevista multa de R$ 20 mil por item e a cada ocorrência. A retratação, por meio de redes sociais da ruralista (vídeo acima), começou a circular na quarta (21/09).

A postagem original, agora excluída, foi feita em 26 de agosto. Nela, a empresária, além de cobrar demissões “sem dó”, voltou-se contra os colegas ruralistas. Afirmou que empresários do agronegócio favoráveis a Lula também deveriam sair do setor.

Prática ilegal

“O acordo evitou que o caso fosse levado ao Judiciário e se arrastasse para além do período eleitoral”, informa o Ministério Público.

Além disso, o acordo prevê que a título de dano moral coletivo a empresária banque uma campanha de esclarecimento em emissoras de rádio da região oeste da Bahia e na capital do estado. A campanha deve reforçar a liberdade do voto e a ilegalidade de coação de trabalhadores no processo eleitoral. Esses spots serão veiculados até as vésperas da eleição.

Na semana retrasada representantes de centrais sindicais estiveram com o procurador-geral do Trabalho em Brasília. O encontro foi exatamente para denunciar ocorrências de assédio eleitoral pelo país e pedir providências.

*Texto divulgado originalmente pelo Portal Rede Brasil Atual (RBA).

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