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Os Institutos Federais são a cara do Brasil há 15 anos graças aos seus trabalhadores e trabalhadoras!

Postagem atualizada em 23/01/2024 às 17h49

A história das instituições que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica começou em 1909, com a criação de 19 escolas de Aprendizes e Artífices. Ao longo do tempo, essa Rede evoluiu e se transformou.

Em 29 de dezembro de 2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 11.892, permitindo a criação de 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, os IFs. Para celebrar essa conquista, que é de todos os brasileiros, o Museu Nacional, em Brasília-DF, está com a exposição “Institutos Federais, a cara do Brasil” – que ficará aberta à visitação pública até o próximo domingo (28/01).

A exposição faz um percurso pelo Brasil para contar histórias com entrevistas, ensaios fotográficos e captação de vídeo com professores, técnico-administrativos, estudantes e egressos. Ao todo foram selecionados 15 personagens, das cinco macrorregiões brasileiras. Suas trajetórias, ainda que únicas, dialogam com o papel dos IFs, não só por sua riqueza, diversidade e pluralidade, mas também por serem agentes de transformação social, fazendo a diferença nas comunidades.

Os IFs estão presentes em todas as unidades da Federação, com mais de 600 campi. São Instituições de excelência, novas e inovadoras. Eles oferecem, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, uma formação humana integral a seus estudantes. Os cursos (de qualificação profissional, técnicos e de graduação e pós-graduação) alcançam mais de 1 milhão de jovens e adultos.

E esse trabalho que faz os IFs serem centros de referência a nível mundial é realizado ininterruptamente por milhares de trabalhadores e trabalhadoras. São técnico-administrativos e docentes da base do SINASEFE, que fazem dos IFs uma fábrica de sonhos, que transforma as vidas de quem mais precisa, demonstrando a importância da Educação Pública em nosso país.

Os IFs, quando abertos no final de 2008, foram entregues à comunidade escolar de maneira ainda precária. Muitos campi sequer possuíam condições adequadas para receber aulas, principalmente os que foram abertos nas regiões mais remotas do Brasil, em estruturas temporárias e/ou improvisadas. Foi a perserverança dos servidores e servidoras em entregar educação de qualidade ao povo, junto da luta do SINASEFE contra a precarização, que ajudou a alavancar os IFs ao patamar atual.

Esses trabalhadores, que foram tão massacrados em seus direitos direitos nos últimos anos pelos (des)governos Temer e Bolsonaro, chegando a ficar quase seis anos com salários congelados, merecem reconhecimento e valorização. E, tal qual os 15 anos dos IFs, isso também merece ser lembrado!

Esporte

O amor pelo esporte é uma herança ancestral da sua avó materna, que não media esforços para a neta experienciar diferentes modalidades esportivas. Ao ingressar no Instituto Federal Baiano, campus Catu-BA, a docente Fernanda Palmeira transformou a paixão em ações de práticas esportivas com viés social e educacional.

Por meio do projeto de extensão Segundo Tempo, foi possível financiar a construção da piscina onde os estudantes da instituição e do ensino fundamental do município praticam natação.

Atletismo, vôlei, futsal, basquete e handebol são as demais modalidades esportivas ofertadas para os discentes, que nelas também aprendem valores, tais como respeito, disciplina, superação, afetividade e trabalho em grupo.

Meio Ambiente

Domingos Sávio Morais chefia o departamento de projeto, pesquisa e produção do campus Castanhal-PA, no Instituto Federal do Pará. É filho de agricultores familiares e atua no desenvolvimento de tecnologias para a produção agroecológica.

O minhocário, onde é produzido o húmus de minhoca; a horta, com a plantação de hortaliças e flores; e o apiário, para o cultivo de abelhas sem ferrão, são alguns dos espaços de aprendizagem para os estudantes e para as cooperativas de pequenos agricultores. Eles acessam esses conhecimentos por meio de projetos de extensão.

Articuladas com os Arranjos Produtivos Locais, as produções de açaí, cupuaçu, maracujá, entre outras, contribuem para o desenvolvimento do território e para a preservação do meio ambiente.

Interiorização

A estudante Bruna Fontes é oriunda do Assentamento Casa Verde, que fica a 70 km do campus Nova Andradina-MS, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. A moradia estudantil foi essencial para a escolha do curso e permanência nele.

A estudante é filha de pecuaristas, cuja principal renda familiar advém da produção do leite. Assim, os conhecimentos adquiridos no decorrer da formação contribuem para a prevenção de doenças que podem infectar o gado e trazer prejuízos, tanto para a sua família quanto para os demais produtores locais.

O processo de interiorização da Rede Federal possibilita que os jovens, especialmente os da área rural, ingressem em cursos que dialogam com suas realidades. Isso fomenta o desenvolvimento socioeconômico das regiões onde os IFs estão inseridos.

Cidadania

Acolhimento e escuta sensível são ferramentas que a assistente social Elane Neves utiliza no cotidiano laboral.

No Instituto Federal Baiano, campus Catu-BA, a política de assistência estudantil visa promover condições para que os estudantes (especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social) permaneçam na instituição e tenham êxito acadêmico. Auxílios de moradia, transporte, alimentação, uniforme e atendimentos de enfermagem, bem como odontológicos, psicológicos e pedagógicos são alguns dos serviços que os estudantes podem acessar.

Inclusão

O estudante Arielson Dias é ribeirinho da Ilha Guajarazinho. O ingresso no campus Abaetetuba-PA, do Instituto Federal do Pará, representou um divisor de águas para ele e sua família.

Além do acesso aos auxílios estudantis, imprescindíveis para que Arielson pudesse estudar, o tripé ensino, pesquisa e extensão criou condições para ele pesquisar, participar de visitas técni curso, atuou na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e atualmente trabalha como analista de Amostragem em uma empresa da região.

O processo de inclusão e a verticalização da oferta educacional, características dos Institutos Federais, oportunizaram a realização de mais um sonho: o ingresso na Licenciatura em Geografia.

Cooperação

Paula Oliveira é administradora e atua na Assessoria de Relações Internacionais do Instituto Federal da Bahia, onde cursou Administração e participou, como estudante, de intercâmbios na Irlanda e no Canadá.

A assessoria internacional busca democratizar o acesso à internacionalização, possibilitando a partilha de conhecimentos com os estudantes, técnicos-administrativos e professores. O intuito é promover a cooperação e a abertura da instituição para o mundo e a aproximação de instituições de ensino da Europa, América Latina, América do Norte, África e Ásia.

Para isso, busca iniciativas que promovem intercâmbios de experiências educacionais, profissionais e culturais, bem como o desenvolvimento de ações conjuntas, ampliando e fortalecendo a formação da comunidade acadêmica.

Empregabilidade

A arte de cozinhar faz parte da história dos homens da família de Eduardo. O avô paterno conquistou paladares com sua pipoca doce, segredo que o neto não revela, e o materno produzia e comercializava salgados.

O ingresso no campus Riacho Fundo, do Instituto Federal de Brasília, possibilitou a realização do sonho praticado e cultivado desde a infância – uma vez que, aos nove anos, Eduardo Fernandes já fazia sua comida. Ele concluiu os cursos técnicos em Cozinha, na modalidade ensino médio integrado, e em Gastronomia, de forma subsequente.

Os conhecimentos adquiridos nas formações se reverteram em um potencial de empregabilidade que o surpreendeu. Enviou seu currículo em uma segunda-feira e, na quinta-feira, já estava com a mão na massa, atuando como auxiliar de cozinha no restaurante Le Birosque, em Brasília-DF. Recentemente foi promovido a cozinheiro.

Cultura

No campus Alvorada-RS é desenvolvido o projeto “Eu sou o samba: Ritmo da resistência como instrumento educativo”, articulando ações de pesquisa, ensino e extensão. Gênero musical e dança, o samba é reconhecido como patrimônio imaterial do povo brasileiro, além de ser um bem cultural que faz parte dos encontros familiares, das celebrações e do cotidiano dos estudantes.

Sua trajetória tem como marca a valorização das origens étnico-raciais da comunidade acadêmica e dos territórios onde o Instituto Federal do Rio Grande do Sul está inserido.

A iniciativa envolve estudantes, técnico-administrativos e professores, contribuindo para a construção de uma educação e de uma sociedade antirracista.

Tecnologia

Natanael Pereira atuou na criação dos cursos em Manutenção Aeronáutica, nos âmbitos da concepção; da especificação dos equipamentos dos laboratórios; e da estruturação do prédio e do hangar no campus São Carlos-SP, do Instituto Federal de São Paulo.

O curso atende às necessidades de formação tecnológica e inovação do Setor Produtivo, que demandam profissionais qualificados para a manutenção de aeronaves de companhias aéreas e de aviões de pequeno porte de empresas privadas.

A estrutura, que dispõe de 14 aeronaves e uma oficina mecânica para usinagem, proporciona aos estudantes conectar teoria e prática. Ela se destaca como uma das melhores escolas de manutenção aeronáutica do país.

Ciência

A paixão pela ciência surgiu quando Flávia Twardowski era estudante na Educação Básica, época em que teve os primeiros contatos com o laboratório. A experiência se incorporou à sua atuação no campus Osório-RS, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul.

Estudantes dos cursos técnicos integrados ao ensino médio em Administração e em Informática são instigados a participar de projetos de iniciação científica.

No âmbito da comunidade acadêmica, a ação gera visibilidade para a ciência e estimula os jovens, especialmente as meninas, a se integrarem à pesquisa. Divulgado nas escolas de ensino fundamental, o projeto Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática tem impulsionado o ingresso desse alunado na instituição.

Sustentabilidade

O sonho de Terena Mario Ney de ser docente remete à infância, quando sua brincadeira preferida era ser professor. Aos 12 anos, ele saiu da Aldeia Lalima, onde só havia o ensino fundamental, para continuar os estudos.

No Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, no campus Coxim-MS, sua atuação é marcada pela articulação entre o conhecimento acadêmico da Administração e o conhecimento ancestral dos indígenas Terena sobre sustentabilidade.

Valorizar as coisas que tendem a ser consideradas desimportantes – como as sementes com as quais o povo Terena produz artesanato e vestimentas, tema das oficinas que o professor ministra – estrutura sua abordagem nas disciplinas sobre empreendedorismo, organização de empresas, cooperativismo e associativismo nos cursos técnicos e superiores de tecnologias e nos projetos de extensão desenvolvidos por ele com pequenos comerciantes.

Inovação

Isabel Motta coordena o Clube da Robótica, projeto de inovação e extensão que beneficia crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social atendidos pela entidade Lar Frei Arnaldo.

A ação promove a integração de estudantes do Instituto Federal de São Paulo, campus Votuporanga-SP; do ensino fundamental das escolas do município; das cidades circunvizinhas; e de entidades públicas e privadas que contribuem para a participação da Star Bots – equipe formada por membros do projeto – nos eventos nacionais.

A iniciativa amplia a atuação institucional para além do espaço físico do campus e fomenta a criatividade, o conhecimento científico e tecnológico entre os participantes, cuja faixa etária varia dos oito aos 24 anos.

Comunidade

Além de ser morador do assentamento Filhos de Sepé, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Huli Zang é um de seus fundadores, atuando na gestão da Cooperativa dos Produtores Orgânicos de Reforma Agrária de Viamão (Coperav).

No assentamento, criado em 1998, vivem 500 famílias, integrando três gerações. O arroz agroecológico é a principal e uma das maiores produções do país. O produto é comercializado em feiras e integra a merenda escolar de vários municípios brasileiros.

Os conhecimentos adquiridos por Huli no curso de graduação do Instituto Federal do Rio Grande Sul, no campus Viamão-RS, contribuem para a gestão da cooperativa (do plantio à comercialização) e para a produção de hortaliças, feijão, milho e ovos pela comunidade. Atualmente, ele faz especialização em Agroecologia no campus.

Superação

A maternidade exige das mulheres dedicação e necessidade de gerar renda. Por um tempo, isso impossibilitou Thaís Moreira de concluir o ensino médio. Durante o período em que ficou longe da escola, ela fez cursos em fotografia e em audiovisual, mas o ingresso no mercado de trabalho requer conhecimentos técnicos e certificação.

No campus Recanto das Emas, do Instituto Federal de Brasília, a estudante encontrou a oportunidade de se profissionalizar na área. Ingressou no curso técnico em Produção de Áudio e Vídeo do Programa Nacional de Integração Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

O apoio da comunidade acadêmica e a participação em projetos de extensão lhe possibilitaram superar as dificuldades, ampliar seus conhecimentos e participar de trabalhos nas áreas de produção, elaboração de projetos, entre outras. Além disso, atuou como segunda assistente do filme Cerrates Robin Hoods, do cineasta Erik de Castro.

Educação

Nonato Castro começou a carreira em uma secretaria de educação, experiência que o fez entrar em contato com a necessidade e a importância de formar professores.

No Instituto Federal do Pará, campus Belém-PA, Nonato encontrou condições favoráveis para desenvolver o trabalho. Nos diversos cursos de licenciatura ofertados pela instituição, a formação docente integra ensino, pesquisa e extensão. Lá os estudantes realizam pesquisas e experienciam a atividade na sala de aula, por meio da Residência Pedagógica e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid).

Comprometidos com a qualidade da educação, os Institutos Federais contribuem para formar professores com o fim de atuar nas salas de aulas das escolas de todo o Brasil.

Exposição

O público interessado em conhecer a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) tem a oportunidade de visitar a exposição “Institutos Federais, a cara do Brasil”, que estará aberta até 28 de janeiro (próximo domingo), no Museu da República, em Brasília-DF, com entrada gratuita. Após passar pela capital federal, a iniciativa seguirá para outros destinos do país.

Exposição “Institutos Federais, a cara do Brasil”, em homenagem aos 15 anos dos IFs
Data: de terça-feira a domingo, até 28 de janeiro de 2024 
Horário: 09:00 às 18:30
Local: Museu Nacional da República, Sala 2
Endereço: Setor Cultural Sul, Lote 2, Brasília-DF
Entrada gratuita

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* Matéria escrita com informações do Ministério da Educação (MEC)