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Resumo do segundo dia do 3º Encontro de Mulheres

Postagem atualizada em 19/08/2022 às 19h24

Acompanhe nessa postagem um resumo das atividades do segundo dia do 3º Encontro Nacional de Mulheres do SINASEFE. Acontecimentos aparecem listados dos mais recentes aos mais antigos.

17h44 – “Esse Bolsonaro ele vai cair, e quem vai derrubar somos nós, as mulheres negras, indígenas e quilombolas, finalizou a palestrante Maria Maucher, encerrando a terceira mesa do evento. Atividades serão retomadas amanhã (20/08) às 8h30.

17h30 – Dois murais estão expostos no 3º Encontro de Mulheres: um com produções das crianças do Sinasefinho e outro com declarações de episódios machistas enfrentados pelas mulheres em seus locais de trabalho.

17h22 – Durante inscrições das participantes, Celiana dos Santos, da delegação do Sinasefe IFBA, retomou a lembrança da canção de Mercedes Sosa:

Solo le pido a Dios
Que la guerra no me sea indiferente
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente

Solo le pido a dios – Mercedes Sosa

16h36 – Participantes do evento se inscrevem e fazem intervenções antes do fechamento dos trabalhos desta sexta-feira (19/08). Último ponto da programação do dia (cine-debate) foi suspenso por motivos de saúde da convidada.

16h29 – Delegação de mulheres do Sinasefe Ifes apresenta moção denunciando a postura machista de parte da seção ao marcar uma assembleia simultânea ao 3º Encontro de Mulheres.

16h22 – Trabalhadora do IFMT apresentou uma denúncia de um caso de racismo ocorrido no instituto.

16h15 – Declamação de um poema por Renálide Carvalho, da delegação do SintefPB.

Corpo Mulher
Nosso Corpo Mulher
É atentado ao pudor
Fere os olhos do Estado conservador
Que nos pune
Encouraça
Quer emoldurar.

Nosso Corpo Mulher
Que é nobre
Mostra – encobre
O que há de profano e sagrado..
Do que fica nele guardado
Geramos frutos
Dos tecidos impostos a nós
Costuramos Vida.

Nosso Corpo Mulher
É chegada e partida
É Rebento e fim.

Nosso Corpo Mulher
Que produz tanta luz
é tratado- porém- como coisa qualquer.
é jogado entre valas
açoitado por balas
do branco Estado- macho atroz-

Nosso Corpo Mulher
É feroz
É política pura
É desejo encarnado.

Nosso Corpo
É o fim do pecado
É sangue
É cultura
Muito bem orquestrado.
É matriz ancestral
É mistério profundo.

Nosso Corpo Mulher
É o princípio do mundo.
É semente
Resvala…
É de todas as cores
Não falha.

Ele Pulsa
e
Move
e
Age
e
Grita
e
Luta
E
Cansa
e
Goza
e
Descansa.

Nosso corpo, mulher,
é vingança
é ato não falho.
Não é Falo
É FALA
que jamais se cala.

Renálide Carvalho 19/06/2022

15h49Zuleide Queiroz comentou que o Brasil tem uma Constituição Federal, Estatuto da Igualdade racial, legislação de cotas e temos um país ainda muito racista. Se a gente sai das margens e vai ao centro mudamos o rumo da nossa história. “Nossa tarefa, além de derrubar o Bolsonaro é retomar e continuar nossas políticas de ações afirmativas, é algo de longo prazo, são no mínimo de reparação. Ela lembrou o ataque racista que sofreu em 2021 numa mobilização em Brasília, leia mais aqui. “Sairei daqui muito feliz por saber que temos mais de 500 mulheres com uma grandiosa tarefa de mudar o mundo” finalizou.

15h30Maria Maucher destacou que as mulheres enfrentam um racismo anti-negro e ati-indígena. “É uma doença social no Brasil e a escola, inclusive a Rede Federal é um dos espaços mais racistas que existem” comentou. Mas a nossa tarefa é seguir na luta, tanto na perspectiva da atuação profissional, como do bem viver e derrubando as portas”, defendeu. “Eleger Lula presidente é um passo, mas podemos fazer uma caminhada elegendo as mulheres negras e fortalecendo de fato a luta antirracista com o apoio efetivo do voto para aquilombar e aldear esse Brasil. Vamos derrotar o fascismo, mas vamos derrotar por que a nossa luta é coletiva” finalizou.

15h25Laurenir Peniche comentou que as pautas antirracista e feministas devem estar acima das divergências. “Chega daquela violência ‘educada’ que temos enfrentado nos institutos, quando homens e mulheres brancos insistem em nos humilhar por que estamos disputando os espaços” destacou a mediadora.

15h10 – “Alguém ai nasceu vestido? Não né? Então eu também não!” comentou Tamikuã Pataxó ao contar diversas frases e situações que enfrenta no cotidiano. “Nesse momento tem dezenas de aldeias sob ataque e muitos irmãos estão sofrendo sob esse desgoverno genocida”, destacou ela ao comentar que em muitas noites perde o sono preocupada com a vida dos parentes. “Quando largamos nosso território as pessoas não sabem o sofrimento que enfrentamos, em especial quando estamos em Brasília, lutando pela vida de todas nós. Eu gosto da luta, não vou mentir, eu nasci para lutar”, finalizou a palestrante.

14h46 – Terceira mesa do Encontro está em andamento. Temática em debate é “Da margem ao centro: Políticas Afirmativas, mulheres negras, indígenas e quilombolas no protagonismo das lutas sociais”. As palestrantes convidadas neste momento são Tamikuã Pataxó, Maria Malcher, Zuleide Queiroz e Laurenir Peniche.

12h32 – Encerrando a segunda mesa do evento, Laurenir Peniche, integrante do Sinasefe IFPA, ERTB e Ciaba denunciou episódio de assédio enfrentado pelas trabalhadoras no Consup local.

12h16 – Saudando Rosa Mota, Rafaella Florêncio saudou as mulheres que já participaram da história do SINASEFE. Comentando a realidade dos assédios na Rede Federal, ela denunciou o aumento de PADs persecutórios aos homens e mulheres organizados(as) politicamente. “Nunca falem com essas pessoas que nos assediam sem testemunhas, peçam que seja formalizado por e-mail ou via SEI, em geral nunca chegam por essas vias” defendeu Rafaella.

11h47Mary Ferreira apresentou pesquisas abordam as escolhas profissionais e os traços fortes do machismo nesse aspecto, ela também apresentou dados e um breve histórico sobre maternidade e assédios. “Ser mãe deve ser uma escolha e não um destino, e isso passa pela importância da educação para compreensão dos papéis socialmente estabelecidos” destacou.

11h34Rosa Mota saudou as diferentes mulheres que participam do evento (professoras, técnicas, terceirizadas e funcionárias de seções. Ela lembrou sua trajetória profissional e sindical e as homenagens que recebeu ao longo do tempo.

11h04 – Começa a mesa temática: Mulheres na Rede Federal de Ensino: Condições de trabalho, carreiras, maternagem e os assédios como política de gestão. Rosa Mota, Rafaella Florêncio e Mary Ferreira são as palestrantes desta atividade. Katiuscia Pinheiro, do Sinasefe Maracanã-MA, é a mediadora da atividade.

10h28Lucrécia Iacovino dialogou com as mulheres aposentadas. “É na humildade de refazer os passos que avançamos” destacou a dirigente. Ela falou da invisibilidade enfrentada pelas mulheres idosas, muitas vezes ignoradas e assediadas nos espaços institucionais e sindicais.

10h18 – “Companheira me ajude que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor!” mulheres entoam juntas os versos da canção de ciranda feminista.

10h12Rosângela Costa agradeceu em nome da Fasubra por poder estar junto das mulheres do SINASEFE e destacou que as mulheres crescem ao se encontrarem. “Nós servidoras técnicas administrativas também sofremos e seguimos numa luta incansável inclusive em nível institucional”, ressaltou. Ela finalizou sua intervenção comentando a possibilidade de fazer um grande encontro de mulheres da educação federal.

9h49Rivania Moura finalizou sua intervenção citando um trecho de Carolina Maria de Jesus:

Quando eu era menina o meu sonho era ser homem para defender o Brasil, porque eu lia a história do Brasil e ficava sabendo que existia guerra, só lia os nomes masculinos como defensores da pátria então eu dizia para minha mãe:
– Porque a senhora não faz eu virar homem?
Ela dizia:
– Se você passar por debaixo do arco-íris você vira homem.
Quando o arco-íris surgia eu ia correndo na sua direção mas o arco-íris estava sempre distanciando. Igual os políticos distante de povo. Eu cansava e sentava, depois começa a chorar. Mas o povo não deve cansar, não deve chorar, deve lutar para melhorar o Brasil para nossos filhos não sofrer o que estamos sofrendo. Eu voltava e dizia para minha mãe:
– O arco-íris foge de mim.

Carolina Maria de Jesus

9h24 – Sônia Adão iniciou os debates do dia convocando as mulheres para usarem sua voz no combate ao racismo. Ela recitou emocionada a letra da canção Fé, da cantora negra Iza:

Fé pra quem é forte
Fé pra quem é foda
Fé pra quem não foge a luta
Fé pra quem não perde o foco
Fé pra enfrentar esses filha da puta
Fé no proceder, na luta e na lida
Enquanto a gente não conquista
Segue em frente firme
Que a nossa firma é forte

Iza

9h09 – Atividades do segundo dia são iniciadas com uma mesa temática. Por um sindicato feminista, antirracista, anticapacitista, anticapitalista e socialista: as mulheres como vanguarda da construção de um SINASEFE combativo – este é o tema em pauta no auditório do Praia Centro Hotel. Debate conta com a presença das palestrantes Rivania Moura, Rosângela Costa, Sônia Adão e Lucrécia Iacovino.

8h30 às 19h – Projeto Sinasefinho envolveu as crianças durante todo o dia. Atividades diversas foram realizadas, produções artísticas, danças, vídeos e rodas de conversa.

Sobre o evento

O 3º Encontro Nacional de Mulheres do SINASEFE acontece no período de 18 a 21 de agosto, no Praia Centro Hotel, em Fortaleza-CE. O tema desta edição é: As mulheres vão derrotar o fascismo: pela vida de todas as mulheres e em defesa dos serviços públicos. Confira aqui a programação completa.

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