Postagem atualizada em 26/11/2020 às 21h22
Dos 520 anos de história do Brasil, 388 tiveram a legitimação da escravidão da população negra e dos povos indígenas. Cerca de 14 milhões de seres humanos escravizados foram transportados para as Américas. Nosso país, inserindo-se num perverso capitalismo de tipificação colonial, foi a última nação da América Latina a abolir legalmente a escravidão.
Somente em nossos 132 anos mais recentes que os negros puderam ser vistos enquanto trabalhadores livres. Mas que liberdade foi essa?
Veio a liberdade, foi-se a escravidão, mas permaneceu o preconceito. Os negros, libertos das mãos dos senhores de engenho, foram dispensados dos antigos empregos sem direito a nada. Passaram a trabalhar por salários muito inferiores aos dos imigrantes estrangeiros ou somente por comida, vestuário e moradia. A exploração do povo negro em nada mudou!
Foi daí que se formaram nossas favelas, fruto da ausência de políticas sociais e da incapacidade do Poder Público em pagar a dívida histórica que contraiu com o povo negro. Até 1934 sequer o direito ao voto lhes era facultado.
Doce é a ilusão de que vivemos, hoje, num país sem racismo. A população negra recebe os piores salários, enfrentam dificuldades no acesso à educação e ao emprego. Não é incomum, embora seja ilegal, ver anúncios de ofertas de emprego citando a cor da pele como requisito ao cargo. Os grupos extremistas, de intolerância e que pregam discurso de ódio, existem aos montes e o Estado nada faz para combatê-los.
Muitos desses difusores de ódio encontram-se hoje dentro do próprio Governo Federal, como Sérgio Camargo, o atual presidente da Fundação Cultural Palmares, que faz questão de destilar ódio contra o movimento negro e deslegitimar as lutas por igualdade racial e contra o racismo, numa clara desvirtuação da finalidade que teria a Fundação.
Neste Dia da Consciência Negra, o SINASEFE se coloca ao lado das lutas contra a discriminação e o preconceito; e pela construção de um serviço público livre do racismo!
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