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Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral protocolou notícia crime no STF contra empresários bolsonaristas que defenderam Golpe de Estado

Postagem atualizada em 18/08/2022 às 17h43

A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral protocolou nesta quinta-feira (18/08), no Supremo Tribunal Federal (STF), uma notícia crime contra os empresários apoiadores de Jair Bolsonaro que passaram a defender, em um grupo de WhatsApp, um Golpe de Estado após a apuração do resultado eleitoral de 2022, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito. Os fatos foram revelados pelo portal Metrópoles.

O grupo de entidades que faz parte da Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, dentre elas o SINASEFE, pede ao STF que os empresários Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), Luciano Hang (Havan) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) sejam incluídos no Inquérito 4.874/DF, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que apura suposta presença de indícios e provas acerca da existência de organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a possível finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito.

“Tiozões do Zap” que ameaçam a democracia brasileira: Luciano Hang (Havan), Afrânio Barreira (Coco Bambu), Jair Bolsonaro (Presidente da República) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii)

A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral solicita, ainda:

  1. que sejam requeridos os celulares dos noticiados e dos demais membros do grupo de WhatsApp denominado “Empresários & Política”;
  2. a quebra de sigilo telefônico para verificar a autenticidade das mensagens trocadas e se elas coincidem com a participação nos ataques sistematizados, com o uso das redes sociais como instrumento de agressão, de propagação de discurso de ódio e de ruptura ao Estado de Direito e da democracia;
  3. e a investigação sobre a atuação dos denunciados na preparação e financiamento dos atos do próximo dia 7 de setembro.

No material divulgado das conversas no grupo de WhatsApp há elementos indiciários a demonstrar uma possível organização de empresários, que trama desestabilizar as instituições democráticas, defendendo a necessidade de exclusão dos Poderes Legislativo e Judiciário, atacando seus integrantes, e pregando a própria desnecessidade de tais instituições estruturais da democracia brasileira, falando em Golpe de Estado com todas as letras.

De acordo com a Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, esta estrutura de divulgação de ataques organizados, que foi observada no Inquérito 4.781, instaurado para apurar ameaças e ataques à pessoa e a honra dos Ministros do STF e seus familiares, por meio fake news, repete-se também neste caso.

A postura dos empresários afronta a lei nº 14.197/2021, que criou os crimes contra o Estado Democrático de Direito. Os fatos descritos no grupo de WhatsApp demonstram inequivocamente a vontade, livre e consciente dos noticiados, de perturbar a eleição de 2022, alimentando de forma sistemática um discurso de descrédito às urnas eletrônicas, às instituições da Justiça Eleitoral, aos ministros que tiveram ou que estão na jurisdição eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As ameaças de ruptura institucional discutidas por pessoas com grande poder econômico dispostas a patrocinar atentados contra instituições não podem ser relativizadas.

7 de setembro

As entidades da Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, entre as quais o SINASEFE, enfatizam também a gravidade dos fatos porque se trata de um grupo com expressivo e considerável poder econômico e político, com notória proximidade com agentes públicos, especialmente o atual Presidente da República, e com indícios de participação efetiva na preparação de atos do dia 7 de setembro, como revela a mensagem destacada na reportagem, de autoria de Marco Aurélio Raymundo (dono da rede de lojas Mormaii): “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”.

Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral

O SINASEFE é uma entidade componente da Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral. A Coalização reúne, até o momento, mais de 200 entidades e organizações da sociedade civil, havendo firmado um compromisso com o TSE de defender o sistema eleitoral dos constantes ataques promovidos por Jair Bolsonaro e setores do Governo Federal contra o processo eleitoral brasileiro, contra a Justiça Eleitoral, contra juízes e contra servidores.

Golpistas não passarão: a cadeia e a lata do lixo da história serão os únicos a acolhe-los! Não vai ter golpe, vai ter Lula!

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