Notícias

Passaporte vacinal, retorno presencial e greve sanitária: centenas de trabalhadoras e trabalhadores comentam a situação na Rede Federal de Educação

Postagem atualizada em 04/03/2022 às 12h03

Sobra insegurança e faltam debates e medidas adequadas de biossegurança. Essa é a percepção da maioria de trabalhadoras e trabalhadores da Rede Federal de Educação sobre o retorno presencial das atividades escolares. Mais de 170 pessoas de 29 instituições educacionais diferentes responderam ao levantamento do SINASEFE realizado no mês passado. Além de comentar a percepção sobre a retomada presencial, os participantes também responderam perguntas sobre o passaporte vacinal, previsão de distribuição de máscaras adequadas e deflagração de greve sanitária.

Retorno presencial em pauta

Segundo os participantes do levantamento do SINASEFE, o debate para retorno presencial ainda precisa ser ampliado na Rede Federal. Mais de 50 pessoas afirmaram que não existiu debate para a retomada das atividades.

Passaporte vacinal

A exigência da vacinação comprovada de toda a comunidade escolar, o chamado Passaporte Vacinal, é uma das medidas mais básicas para um retorno seguro para trabalhadores e estudantes. Entretanto, infelizmente, ainda não é uma unanimidade para os gestores da Rede Federal de Educação. Levantamento divulgado pelo Sinasefe MS, revelou que oito institutos não aprovaram a exigência, enquanto outros cinco ainda estão debatendo o tema.

Trabalhadoras e trabalhadores também responderam sobre o passaporte , confira o resumo dos resultados:

Greve sanitária

Recorrendo à mobilização já aprovada pelo sindicato desde o início do período pandêmico, trabalhadores e trabalhadoras de ao menos seis unidades de ensino já deflagraram greve sanitária. A greve sanitária não interrompe as atividades remotas, ela busca preservar a vida de trabalhadores e estudantes diante da COVID-19 e a exposição ao contágio. Nos colégios com gestores militares, as greves sanitárias foram deflagradas desde 2020 (movimento aconteceu no CMRJ, no CMB e no CMM). Mais recentemente, Sinasefe Ifes, Sinasefe IFSul e Sindsifce também organizaram movimentos paredistas com motivação sanitária.

Distribuição de máscaras e/ou respiradores

A previsão de distribuição de máscaras e/ou respiradores é um dado preocupante do levantamento. Apenas 56 participantes informaram que existe a previsão de distribuir os itens para toda comunidade escolar, e o pior, 77 informaram que não existe qualquer previsão de distribuição.

Percepção das trabalhadoras e trabalhadores

Para a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras participantes do levantamento, o retorno presencial ainda é cercado de insegurança e de falta de estrutura mínima. Abaixo estão reunidas algumas das colocações apresentadas por docentes e técnico-adminsitrativos da Rede Federal:

Resumo do levantamento

Abaixo está disponível o resumo do levantamento, dúvidas poderão ser tratadas no e-mail: imprensa@sinasefe.org.br e/ou via WhatsApp: (61) 98281-0168.

Condições sanitárias adequadas: uma exigência antiga da categoria

Desde o início da pandemia, o SINASEFE segue na defesa ostensiva da vida e da saúde de trabalhadores e trabalhadoras da Rede Federal. Em dezenas de plenárias do sindicato nacional realizadas virtualmente no últimos dois anos, docentes, técnico-administrativos e aposentados reafirmaram: além das imunizações massivas (tanto de trabalhadores como de estudantes), as condições sanitárias adequadas para o retorno presencial são imprescindíveis para uma volta segura às atividades presenciais. Confira abaixo as deliberações das três últimas plenárias da entidade:

169ª PLENA (06/11/21): Reafirmar as decisões da última Plena, atualizando com a evolução da vacinação e diminuição da contaminação. Repudiar interferências jurídicas externas que vêm impondo o retorno presencial sem respeitar a autonomia dos IFs em algumas Seções.

168ª PLENA (28/08/21): Garantidas as condições sanitárias mínimas, bem como o atendimento às orientações dos órgãos de saúde, o retorno às atividades presenciais deverá observar:(vacinação – acompanhamento não só da disponibilidade, mas da vacinação efetiva na comunidade, testagem, acompanhamento do número de casos e da ocupação de leitos, disponibilização de máscaras certificadas e regime de trocas, acompanhamento da comunidade no deslocamento à instituição e testagem da comunidade). Exigência às instituições do plano de biossegurança e da apresentação orçamentária que garanta a materialidade dos procedimentos e materiais necessários – possibilidade de suspensão das atividades presenciais ao identificar o não atendimento.
Greve sanitária em defesa da integridade física dos servidores, diante de qualquer tentativa de obrigar o retorno, deixando mais claro também as condições mínimas esperadas para um retorno seguro: itens de segurança como álcool em gel e máscaras dentro das recomendações sanitárias (álcool alocado corretamente, máscaras PFF2); condições de distanciamento social e ventilação adequadas; garantia da não ocorrência de dupla jornada para atender alunos em regime presencial e online.

167ª PLENA (22/05/21): O SINASEFE responderá com Greve Sanitária caso haja determinação de retorno ao trabalho presencial ou semipresencial/híbrido sem condições sanitárias dentro dos padrões internacionais de biossegurança, pois não basta a vacinação de docentes e técnico-administrativos da nossa base. Não voltaremos às aulas presenciais sem condições sanitárias para toda a comunidade escolar, incluindo nossas famílias, os estudantes e suas famílias. Não aceitaremos que índices de ocupação de UTIs sejam os únicos indicadores para o nosso retorno. Não seremos cúmplices do genocídio praticado por Bolsonaro!

Conteúdo relacionado